quinta-feira, dezembro 21, 2006

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É mais importante encontrar o culpado ou a solução?

É sintomática a reacção dos defensores da política do governo Israelita em relação à Palestina. Está bem patente, por exemplo, nos comentários a este post no Arrastão: resume-se a atribuir as culpas aos Palestinianos, e acaba-se aí a questão. Fica por saber se vislumbram alguma solução para o problema, ou se isso é algo que nem os preocupa. A minha primeira reacção é (e foi o comentário que lá deixei): A culpa de uns não iliba a culpa de outros, o Hamas é um grupo terrorista e a Fatah um partido corrupto, mas isso não apaga as responsabilidades dos sucessivos governos de Israel, e de quem os apoiou, por terem criado as condições para que se chegasse à situação actual. Ninguém é Inocente nesta história, mas isso é afinal o que menos interessa.
É preciso ir além da católica questão da expiação da culpa. Importa saber sobretudo como é que se vai resolver o problema, e é essa a pergunta a que eu gostava que os incondicionais apoiantes do governo Israelita respondessem. Uma pergunta que se coloca a dois níveis. Primeiro ao nível dos princípios: Os Palestinianos têm ou não direito à autodeterminação e governar-se a si próprios? Têm ou não direito a um estado independente - efectivamente independente - e democrático, com governantes por si eleitos?
Depois coloca-se a questão ao nível pragmático: A política seguida pelo governo de Israel (de forma continuada, há vários anos) serve para atingir que objectivos? Com esta política a Palestina será um dia um estado viável? Com esta política Israel conseguirá um dia viver tranquilamente, e em Paz com os seus vizinhos?
As mesmas questões se colocam aos Estados Unidos e à Europa. Apoiar incondicionalmente o governo de Israel vai ajudar apaziguar o conflito? Vai fomentar a democracia na Palestina e no Médio Oriente? É essa a melhor maneira de defender os interesses da região (Israel incluída) a longo prazo? É a melhor maneira de defender os seus próprios interesses?
Independentemente de saber de quem é a culpa, será esta a melhor maneira de resolver o problema? De acabar com o conflito? Ou será que o problema não tem solução e é apenas natural que os Palestinianos se matem uns aos outros?

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