Evolução Inteligente (parte I)
Quando o papa Ratzinger reuniu os seus discípulos no castelo Grandolfo para falar sobre a teoria da evolução houve muito quem visse nisso (por exemplo este post do Diário Ateísta) um sinal de que a igreja católica iria recuar na sua posição actual, por sinal ambígua, e adoptar a teoria não-científica criacionista do "Desenho Inteligente" - Intelligent Design em inglês - . Segundo a Nature não é esse o caso (link só para assinantes, mas está aqui o PDF), a Igreja vai adoptar antes uma posição bem mais realista do "a igreja não se mete com a ciência, e a ciência não se mete com a religião". Já o puxapalavra tinha previsto algo do género (se se vier a verificar, os meus parabéns). Convém lembrar que isto pode ser a própria Nature a puxar a brasa à sua sardinha, da Ciência, e a tentar exercer alguma influência, mas a mim parece-me absolutamente lógico.
Segundo o tal artigo o papa aceita como consensual que a teoria da evolução, mas a igreja vê-a de uma forma teística, foi Deus quem pôs a evolução "em movimento". De facto seria suicidário, ou pelo menos um enorme tiro no pé, da parte da igreja, voltar a teses criacionistas. Hoje em dia na Europa o criacionismo é visto (digo eu...) como um bizarro folclore dos fundamentalistas religiosos americanos (não-católicos, pequeno pormenor), e a Europa continua a ser a principal base de apoio da igreja católica. Ridicularizar a igreja à vista dos seus próprios fiéis europeus para ganhar umas migalhas nos EUA seria de uma falta de realismo pouco usual na igreja católica, hélas. Por muito que o anti-clerical que há em mim esteja desiludido, ainda não é desta que vejo o papa dar um tiro no pé.
P.S. - E no fim de contas tudo isto tem muito pouco a ver com ciência, ou até com teologia...
Segundo o tal artigo o papa aceita como consensual que a teoria da evolução, mas a igreja vê-a de uma forma teística, foi Deus quem pôs a evolução "em movimento". De facto seria suicidário, ou pelo menos um enorme tiro no pé, da parte da igreja, voltar a teses criacionistas. Hoje em dia na Europa o criacionismo é visto (digo eu...) como um bizarro folclore dos fundamentalistas religiosos americanos (não-católicos, pequeno pormenor), e a Europa continua a ser a principal base de apoio da igreja católica. Ridicularizar a igreja à vista dos seus próprios fiéis europeus para ganhar umas migalhas nos EUA seria de uma falta de realismo pouco usual na igreja católica, hélas. Por muito que o anti-clerical que há em mim esteja desiludido, ainda não é desta que vejo o papa dar um tiro no pé.
P.S. - E no fim de contas tudo isto tem muito pouco a ver com ciência, ou até com teologia...
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1 Comments:
Bem visto.
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