sábado, agosto 26, 2006

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'Tá-se bem nas Caraíbas!


Começa aqui o caderno de viagens sobre a minha recente estadia nas Caraíbas, quer dizer nas Antilhas Francesas, bom, na realidade foi apenas na Guadeloupe (já pareço o homem que não consegue mentir). A imagem de satélite que postei ali em baixo (e agora também ali no cimo da coluna da esquerda) é uma foto precisamente da Guadeloupe. Não quero fazer inveja a ninguém mas alguns dos relatos que vou postar são susceptíveis de gerar alguma, e se for o caso não há muito que eu possa fazer. Mas vou ter cuidado, apesar de terem sido umas verdadeiras férias, escrever aqui sobre as praias e outras actividades que me ocuparam a maior parte do tempo talvez não seja muito interessante para quem aqui passa. Vou escrever antes sobre "coisas sérias", apesar de ter perdido pouco tempo com "coisas sérias". Acontece também que quando embarco em viagens destas gosto muito pouco de ir para hotéis (na realidade não gosto de hotéis em situação alguma), prefiro arranjar maneira de mergulhar o mais possível na vida dos autóctones, conhecer-lhes os hábitos. Ainda para mais tratando-se da Guadeloupe tenho muito boas razões para essa intromissão. Portanto vou falar das gentes, da comida, da cultura, dos sítios, alguma política e mais coisas afins. Por agora uma pequena introdução - espero que não muito chata - para estabelecer o cenário.

A Guadeloupe - vou usar quase sempre a ortografia francesa porque é a que me é familiar, mas posso também usar o petit-nom local: "Gwada" - é uma ilha e um arquipélago. A ilha, tecnicamente falando, são duas ilhas separadas por um braço de mar que parece um pequeno rio. As duas "ilhas" fazem aquela forma de borboleta que se vê na foto, o lado sul é a Basse Terre, o que pode gerar confusão porque é a parte mais montanhosa mas chama-se Basse por ser a sul, ao lado norte chama-se Grande Terre. Podem ver-se ainda a Marie Galante, a ilha arredondada a sudeste e a Desirade, a ilha estreita e longa a nordeste. Não conheço ainda nem uma nem outra, fica para a próxima. E fora da foto há ainda St. Martin e St. Barthélemy que ficam bem para norte, para lá da Antígua e Barbuda, administrativamente fazem parte do arquipélago da Guadeloupe, mas na prática são autónomas. A Guadeloupe foi descoberta por Cristovão Colombo, em 1493, e tornou-se uma colónia francesa em meados do sec. XVII.

A Guadeloupe (pelo menos a impressão que me ficou) é profundamente marcada pela cultura da Cana-do-Açúcar e pela herança da escravatura. Escravatura e Cana estavam aliás intimamente ligadas quando havia escravatura. O povo da Guadeloupe é um povo mestiço, essencialmente descendente de escravos. O clima é temperado com temperaturas constantes ao longo do ano, à volta dos trinta, com mais chuva, e alguns ciclones, no Verão. O ambiente é claramente das Caraíbas, difícil é imaginar que se está em França. As praias são, claro, magníficas, tal como a comida, o Rhum, a música e, sobretudo, as gentes.

Arquivado em:Viagem às Caraíbas