quarta-feira, novembro 01, 2006

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Declaração de voto II

Claro que também votei no outro concurso. Apesar de ser uma escolha um tanto ridícula, é sobretudo uma iniciativa inócua, portanto apeteceu-me votar. Se há um português cujo génio admiro profundamente, que me faça sentir prazer em falar a mesma língua, que me desperte algum orgulho no passaporte, enfim um português capaz de revelar o reaccionário que há em mim, então esse português merece o meu voto.

Aliás, há algo que muitas vezes repeti nos meus anos de vida de emigrante, e que leva os estrangeiros que me conhecem a pensar que sou patriota: Das poucas coisas que me faz gostar de ser português é ver que de todas as figuras históricas portuguesas aquela que é mais conhecida e aclamada pelos portugueses (na minha avaliação subjectiva), a que tem mais vezes direito a ser nome de rua ou de escola, aquela que é mais vezes citada e referida nas conversas em família ou no café, não é um político nem militar, presidente ou rei, nem santo, nem sequer navegador, é um poeta.

Arquivado em:Posts duvidosos