segunda-feira, maio 08, 2006

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A mosca com os nervos em franja

Olhando por fora vê-se-lhe a franja.
Olhando por dentro vêm-se-lhe os nervos.


(e por falar em mosca, foi publicado há pouco tempo um artigo sobre moscas, na respeitabilíssima, revista Development com o título "Roadkill attenuates Hedgehog responses through degradation of Cubitus interruptus", que se pode traduzir como "Animal-morto-na-estrada atenua a resposta ao Ouriço-Caixeiro através da degradação do Cúbito-interrompido". Perceberam? Pode ser muito interessante, e é, para quem percebe, mas mesmo não percebendo é divertido, não é? É tão giro trabalhar com moscas!)

Agora uma explicação mais técnica, mas porventura menos divertida, sobre as imagens ali em cima. A primeira é uma simples fotografia do dorso de uma mosca Drosophila melanogaster tirada com uma camera digital integrada numa lupa binocular (um híbrido entre a lupa vulgar e o microscópio). Os pêlos que se vêm, a "franja", na realidade são orgãos sensoriais do tacto.
A segunda imagem é obtida através de microscopia de fluorescência, e permite ver os nervos numa pupa, também na região do dorso tal como a imagem acima. A pupa é uma quase-mosca que ainda não saiu do casulo. A verde estão marcados os neurónios que ligam os orgão sensoriais ao resto do sistema nervoso, há um neurónio por cada orgão sensorial (i.e. pêlo). Em vermelho, para quem tem bom olho, vêm-se umas céulazinhas de suporte dos neurónios, também uma por orgão.
Em ambas as imagens a região da cabeça, que fica fora da foto, seria para o lado esquerdo. E quem quiser ver os pêlos da mosca no contexto duma mosca inteira que carregue aqui.



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