sexta-feira, maio 12, 2006

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Ides levar uma coça, senhores!

Nem vos digo, ides levar um tareão dos antigos.

(piada semi-privada em forma de provocação)

Disputa-se hoje o mítico derby do que resta da esquerda estalinista proletária em Paris, no não menos mítico Stade Elisabeth. Frente a frente tão somente o Spartak d'Alésia (link só para assinantes) que recebe o Dynamo de Belleville. A rivalidade é lendária, as paixões exacerbadas. Mais do que o resultado, está em jogo saber quem é o original e quem é a cópia (as versões, claro, divergem), saber qual o verdadeiro baluarte do pró-sovietismo (de segundo grau?), quem é a verdadeira equipe da esquerda (caviar?). O Dynamo, que vem lá da rivedruate, (ora está bom de ver que não na rivedruate que reside a verdadeira esquerda) pensa que nos vai desfeitear na nossa própria casa? OK, Elizabeth não é um nome muito de esquerda, mas a culpa não é nossa que não fomos nós que escolhemos o nome. Como bons proletas, nem casa temos, como bons esquerdistas é o estado que nos aloja. Seja como for, nas quatro linhas, vamos cilindrar, agora que a velha glória do Dynamo já nem pode dar o seu contributo à equipa, não tendes hipóteses. Estivesse cá o maradona e queria ver que análise ele faria ao jogo. Posso garantir que, contrariamente ao meu outro clube, não estamos em risco que descer de divisão, não porque não haja uma divisão inferior, que não há, mas mesmo que houvesse estaríamos tranquilos porque fizemos uma campanha muito respeitável, já o Dynamo... também não (aliás reparei agora que estamos separados por um mísero pontinho). E ainda para mais hoje não podemos jogar de vermelho, porque até nisso o Dynamo nos imitou, temos de jogar com o equipamento alternativo.
Depois acabamos todos no terceiro meio-tempo a beber Leffe ou Seize, e a comer fritas com mostarda.

Adenda: Um dos visados por esta petite provocation acusou o toque, eu só digo: logo à noite se verá! (Mourinhices, eu?)

Arquivado em:Paris

1 Comments:

Blogger Filipe Moura Escreveu...

É um estádio mítico, sim senhor. Associo-o a passar lá a correr de manhãzinha para apanhar o autocarro para Saclay e ter de me desviar da coleira de um cão que uma velhinha levava a passear àquela hora. Lá mesmo ao lado. À porta estão crianças, à espera de alguma coisa, nunca percebi do quê.

2:14 da manhã, maio 13, 2006  

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